sábado, 10 de maio de 2014

UMA REFLEXÃO SOBRE O DIA DAS MÃES Agora que se aproxima o Dia das Mães fico questionando: Por que as Mães morrem?... Alguém já disse que as mães não deveriam morrer nunca, mas serem eternas... Concordo plenamente. A partir dessa premissa podemos refletir sobre o significado da mãe para uma família. Quando ela parte definitivamente para a eternidade, acontece uma ruptura brusca na família. Os elos de amor, união, carinho e ternura parecem que, aos poucos, vão se esgarçando, os nós afetivos que existiam e se sustentavam com a sua presença vão se desfazendo paulatinamente. Cada filho, um pouco atordoado procura dar rumo para a vida, mesmo sem a mínima condição de refazê-la, de imediato. A estrada a seguir está sem a direção daquela mulher amorosa que se desdobrava em ternura, compreensão e doação total. O caminho, agora, ficou tenebroso e nos causa aflição. Aquela que enlaçava e entrelaçava os filhos de cuidado, amor e esmero não se encontra mais ali para continuar refazendo os laços, os abraços, os carinhos, multiplicando emoções, diversificando sabores e minimizando dores existenciais. Talvez o Criador tenha feito esta mulher com um barro especial que não se encontra facilmente. Observa-se que é difícil alguém substituí-la, quando ela sai do plano terreno. Deixa o palco sempre na hora indesejada. Não entra na nossa cabeça a idéia de perdê-la. São Francisco dizia que a irmã-morte chega quando menos se espera. Ela sempre nos surpreende... E não consulta o escolhido... Os anos passam e os filhos continuam se sentindo órfãos, desprotegidos, inseguros. A ausência da mãe provoca um vazio no coração e deixa uma lacuna enorme. Mesmo crescidos, adultos e, muitas vezes, já tendo construído uma vida a dois, uma nova família, essa fresta da janela de nossa alma continua aberta. Recorrendo a uma analogia é como se fosse uma cicatriz que nunca desaparece do corpo, enquanto vivermos. À noite, ao mirar a estrela mais brilhante e reluzente do céu, a reconheço. Vejo que continua lá em cima, vigiando os passos, os caminhos e as trilhas que nós, seus filhos, percorreremos. Há sempre uma luz a nos guiar, pois nas aflições ou nas alegrias lembramo-nos da mãe, presença, referência, bem como da sua sabedoria incontestável para aplainar terrenos plenos de sentimentos, resolver problemas que estavam nos causando sofrimentos e dores, enfim sem perspectiva. Mesmo não estando mais aqui, sentimos que ela nos inspira a encontrar alternativas nos momentos difíceis. Volto a perscrutar: Por que as MÃES morrem? Por que não são eternas? Uma família se desestrutura após o seu vôo ao Paraíso Celeste. O Dia das Mães não tem mais a alegria de antes, na hora do almoço que era demasiadamente festivo e saboroso. Os filhos em torno da mesa sorrindo, falando, gesticulando, compartilhando o amor incomensurável - o amor materno. Só resta a ausência sentida e doída. Ainda hoje sinto falta do seu olhar doce, terno; do abraço, dos instantes de euforia e também das horas conturbadas que vivenciamos. No entanto, ela sempre tinha uma palavra mágica para nos acolher, braços abertos para receber a nossa cabeça no seu ombro macio como pluma e nos permitir esquecer os dissabores da vida. Que saudades de você, mamãe!

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