segunda-feira, 23 de maio de 2011

AS SANDICES DO MEC

A vida, a todo o momento, nos surpreende com algo inusitado. Dessa vez, me deixou verdadeiramente perplexa. Nunca imaginei poder presenciar tamanha insanidade partindo de um órgão público. Pois bem, o Ministério da Educação do Brasil – MEC – distribuiu com as escolas do país um livro cujas frases / orações aparecem assim: “nóis vai”, “nóis fica”; “peguei os peixe”. Inconcebível em se tratando do uso correto da gramática. As escolas são oficinas de formação do educando, principalmente, no que diz respeito a ensinar a ler, escrever e contar, mesmo assim, nem isso estão conseguindo realizar. Imaginem agora, submeter alunos, seja lá de que idade, a grafar incorretamente tamanhas barbaridades. Na linguagem coloquial entre “menos letrados” pode-se até aceitar esse palavreado numa conversa informal, oralmente, no entanto escrever é outra história.
Não posso conceber à luz da razão que assassinem a língua pátria dessa forma. A função do MEC deveria ser de salvaguardar os princípios fundamentais da arte de escrever corretamente.
O nosso país vive um momento delicado no tocante à educação. As estatísticas estão aí para comprovar a péssima colocação do Brasil entre países de pouca expressão, que conseguiram avançar mais do que o nosso. Todos sabem que não existe interesse por parte do poder público em preparar adequadamente gerações futuras com uma educação de qualidade. Povo informado, educado, cidadão consciente dos direitos pode atrapalhar o andamento das metas fixadas pelo governo, por políticos e autoridades, que só o enxergam como eleitores.
A denúncia dos desmandos, da falta de compromisso das autoridades com as políticas educacionais se constitui fatos palpáveis no dia-a-dia. É vergonhoso o desrespeito à educação no país. A preocupação com o futuro das gerações fica à mercê da sorte, do destino...
Não sou “expert” na gramática, pois, uma vez ou outra, escorrego no uso de suas regras, por falta de atenção ou, mesmo, por dúvida, mas não aprovo os argumentos “fajutos” do MEC na adoção de tais sandices. Só apelando para uma Divindade maior a fim de que o Ministério da Educação atente para suas verdadeiras competências e atribuições.

Evan Bessa – Pedagoga
evanbessa@terra.com.br

terça-feira, 10 de maio de 2011

DIA DAS MÃES
Acordei, lembrando de você, mamãe! As recordações vieram em cascatas como cachoeira derramando-se no alto do despenhadeiro. Nesses momentos, a gente se sente vulnerável, insegura e com a emoção à flor da pele. Tudo isso porque você não está mais comigo. Todos festejam o Dia das Mães e eu aqui sozinha experimentando uma saudade dolorida.
Saudade palavra que tem um peso semântico muito forte e traduz uma carga emotiva significativa. Vocábulo que não existe em outro idioma. É a saudade, hoje, que me acompanha, segura minha mão a todo instante e não me deixa lhe esquecer... Plagiando o que disse Roberto Carlos: “Você é a saudade que gosto de ter/ Só assim/ Sinto você mais perto de mim/ Outra vez”. É o consolo para sair da tristeza de não poder lhe abraçar, beijar e repetir sempre, como fazia quando você estava no plano terreno, o refrão: Eu te amo!!! Lembro que você ficava manhosa como uma criança ao ser acariciada, e o sorriso aparecia nos olhos miúdos e nos seus lábios. O rosto ficava corado como de uma adolescente ao encontrar alguém importante para o seu coração.
Chega-me agora tanta coisa que me faz sentir a sua ausência. O cuidado que devotavas a cada filho era exagerado. Como queria defender suas crias dos problemas, das dificuldades da vida! Se um filho adoecia, podia ser um adulto, a preocupação era a mesma de quando éramos crianças. Ficava telefonando a cada hora, ensinava remédios caseiros, acompanhava tudo de perto. Mesmo com a idade avançando você não perdia a fixação pelo bem estar dos filhos.
Quando meu irmão sofreu um AVC e ficou imobilizado em cadeira de rodas, você dizia: Por que não foi em mim? Eu já estou velha. Ele vai ficar bom? E indagava a quem se aproximasse sobre a cura do filho. Permanecia ansiosa querendo estar a par do tratamento. Falava com a fisioterapeuta, com a fonoaudióloga, observava se os remédios estavam sendo ministrados, conforme prescrição médica. E como seu rosto mudou a partir do acontecido! Sua fisionomia demonstrava preocupação, aflição e ansiedade! Faltava-lhe chão.
Você, que era “antenada” com o tempo e com os acontecimentos ao seu redor, curiosa, depois da doença do filho, nada lhe importava, nada a deixava feliz. O seu foco estava na reabilitação mais rápida possível para ele. A plantinha que era linda e viçosa aos poucos foi perdendo o viço, a alegria de viver. Não a reconhecia. Onde estava o bom humor, as piadas, as brincadeiras e as “danações” que fazia para chamar a atenção? Aos poucos você foi perdendo a vontade de viver. Não entrou em depressão porque com o seu temperamento era impossível, mas a mudança se fez com a dor, o sofrimento e por se sentir impotente diante do quadro à sua frente. Sua tristeza maior era não poder curar o filho... E como rezava!
Acho mamãe, que você foi saindo da vida devagarzinho para que não nos assustássemos. Queria que os filhos não sofressem mais ainda com a sua ausência. Tudo em vão, mamãe!
Sua presença ficou impregnada em todos nós. Você saiu de cena, no entanto, continua no palco das nossas melhores lembranças e nos nossos corações. Isto porque, mamãe, para nós você não morrerá nunca! Encantou-se em algum lugar do infinito...

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O CASAMENTO REAL

Neste penúltimo dia do mês de abril ninguém no planeta ficou indiferente ao casamento real. A mídia se encarregou de deixar todos bem informados acerca do acontecimento mais importante deste século para a Inglaterra e, posso até afirmar, para muitas pessoas de outros países.
A Londres fria amanhecia com toda a pompa para mostrar ao mundo a realeza em festa. Bandeiras, seguranças, igreja devidamente decorada aguardavam o grande momento. Parecia aqueles contos de fadas que líamos nos livros de Andersen e dos Irmãos Grimm. “Era uma vez um príncipe”... E, daí em diante, a população ficou à mercê do evento. Nas ruas, cheias de gente, algumas pessoas com barracas, colchões, e demais apetrechos acamparam até a hora do esperado casamento.
Realmente, o que se viu foi um total deslumbramento para os olhos. Desde a pontualidade britânica aos moldes da cultura inglesa, até as rígidas normas do cerimonial que funcionaram adequadamente.
A chegada dos convidados na Abadia de Westminster devidamente instruídos por um manual de normas distribuído pelo Palácio de Buckingham junto com os convites. Representantes de embaixadas, primeiros ministros, reis e rainhas de países distantes, adentravam a nave com seus trajes apropriados e as mulheres, com chapéus, muitos deles, extravagantes.
A Família Real britânica e toda a realeza chegaram também na hora determinada e, por último, os personagens mais importantes: o noivo e a noiva. A cerimônia seguiu os trâmites previstos. A platéia e o cenário estavam de acordo com a programação executada em detalhes pelo Palácio Real. O casamento realizou-se e deu para perceber a felicidade dos noivos. Cada palavra, cada olhar eram de uma cumplicidade inimagináveis.
Após a cerimônia religiosa o cortejo tomou as ruas de Londres e a população eufórica aplaudia, tremulava bandeiras para saudar o novo casal agora com títulos de Duque e Duquesa de Cambridge, designados pela rainha Elisabeth II. Os festejos tomaram o resto do dia 29 de abril, entrou à noite e foi até a madrugada.
Os súditos ficaram maravilhados com tudo o que viram. E no imaginário coletivo ficará gravado por muito tempo mais um acontecimento inesquecível, ou melhor, o mais novo conto de fadas do século XXI.