sábado, 9 de fevereiro de 2013

VIDAS CEIFADAS A vida nos surpreende a cada dia. Desde ontem a perplexidade tomou conta dos brasileiros de norte ao sul do país e atravessou fronteiras. Vários países estamparam nas primeiras páginas dos jornais a notícia apavorante. A tragédia ocorrida em Santa Maria, no estado do Rio Grande do Sul, na boate Kiss deixou todos sem chão. Um incêndio de grandes proporções tomou conta da boate em poucos minutos. Jovens universitários promoviam uma balada para custear a festa de formatura de vários cursos. O sonho de obter um diploma, de ocupar seu espaço no mercado de trabalho e realização profissional e pessoal escorreu como areia pelos dedos. Mais de mil pessoas se acotovelavam num espaço pequeno com jovens dançando, cantando, se divertindo e, de repente, por um ato involuntário de outro jovem, transforma-se toda aquela alegria em tristeza profunda. O incêndio que se alastrou em poucos minutos, dada a estrutura do prédio, não permitiu que saíssem do ambiente, uma vez que só havia uma porta para entrada e saída do recinto. Os gritos e pedidos de socorro não foram ouvidos de imediato. A segurança do prédio era precária. Alguns itens importantes não foram observados, não atendiam às normas mais simples, e assim sendo, foi impossível tomar atitudes rápidas para salvar vidas. Jovens entre 16 e 25 anos cheios de sonhos e esperanças foram ceifados da própria vida sem tempo para realizar seu ofício, sua verdadeira vocação. Famílias enlutadas choravam rios de lágrimas pelos filhos que partiram antes do tempo sem dizer adeus. Um golpe brutal, inesperado, invadiu os lares de Santa Maria e de outras cidades próximas. Os moradores da localidade estavam ainda tontos, sem acreditar que passavam por um “tsunami”, não com água, mas com fogo em labaredas, tomando proporções cada vez maiores. A fumaça preta invadiu todos os espaços e os estudantes morreram asfixiados, antes mesmo de aparecer socorro. Hoje, a comoção foi geral, enquanto as famílias dilacerados de dor enterravam seus filhos, parentes, amigos. A fisionomia de cada um estampava o sofrimento, a dor da perda irreparável. Mais de duzentos universitários e outros jovens foram enterrados, diante de milhares de conterrâneos. Cena incrível, deprimente. Enquanto alguns acompanhavam os velórios, outros tantos se encontravam nos hospitais acompanhando filhos, amigos e parentes feridos, que ainda estão lutando pela vida. Não pára de chegar ajuda de todos os lados, dos estados da federação, dos países vizinhos, dos voluntários, das redes de televisão e jornais nacionais e internacionais, enfim uma corrente de solidariedade se articulou para tentar minimizar tanto infortúnio. Um evento que se destinava a alegrar, divertir os participantes e arrecadar recursos para a formatura, se transformara numa imensa tragédia. Resta-nos, agora, esperar que o tempo se encarregue de amenizar a saudade dos que partiram tão cedo, deixando uma lacuna na vida de pais, parentes e amigos. Que Deus conceda força para as famílias superarem esse trágico acidente que só deixou tristeza e causou desespero e compaixão de todos os brasileiros.

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