terça-feira, 10 de abril de 2012

A MORTE DO GÊNIO DO HUMOR

O mês de março será sempre lembrado pelos cearenses. Além de, como de costume, reverenciar seu padroeiro São José, a partir de hoje, passam a lembrar de um grande cearense que ficou conhecido em todo país por sua inteligência, criatividade e humor.
A tarde do dia 23 de março se cobriu de tristeza em todo o Ceará, com o anúncio da morte do maior humorista do país – Chico Anysio. Nascido em Maranguape, região metropolitana de Fortaleza, mas ainda criança foi morar no Rio de Janeiro. Com capacidade inata e sensibilidade, tornou-se em poucos anos um apaixonado pelo rádio. Iniciou sua carreira como locutor e depois foi para a televisão e virou mito. Durante 60 anos esteve à frente de programas humorísticos, com os quais os brasileiros de norte a sul se divertiram e admiraram os seus inúmeros personagens criados com primazia por este artista.
Escritor, poeta, pintor, humorista, ator, compositor, enfim, mestre das artes. Depois de décadas trabalhando com afinco, disseminou a alegria e o riso fácil, através da TV, para toda a população brasileira. Com elegância, estilo próprio, seus personagens ganhavam vida com personalidade, atributos e características específicas. Não se tratava de caricatura, mas de homens e mulheres construídos e assemelhados a qualquer cidadão.
Seus tipos eram variados. Havia identificação deles com o povão, através dos bordões criados para cada um deles. Com senso crítico, sensibilidade, alegria e com uma dose de ironia mostravam a realidade do país, nos jargões, nas piadas e nos gestos deliciosamente bem compostos em cada representação. Sabia colocar as palavras na boca dos personagens criados na dose certa. Não extrapolava, não ia além do limite nas suas tiradas de inteligência ímpar.
Essa é uma perda irreparável de um artista tão completo e, conforme declaração dos amigos, generoso na partilha da amizade, fraterno e extremamente consciente de suas capacidades, não tinha orgulho e nem se achava o gênio que era. Procurava ajudar os colegas de todas as idades que tivessem talento. Foi o mestre de todas as gerações de humoristas do Brasil.
Havia naquele homem de alma nordestina algo diferente dos demais, próprio de sua índole e da sua gênese de homem simples, que gostava de servir o próximo. Os humoristas cearenses estão aí para comprovar que sempre tiveram o seu apoio e ajuda, no sul do país ou na terra de Iracema.
Lágrimas copiosas estão sendo derramadas por conterrâneos, amigos, admiradores, fãs com saudade e a certeza de que como ele mesmo revelou: “Nós os humoristas somos insubstituíveis”. Realmente ele tinha razão. Talvez daqui a um século não tenhamos um artista do seu quilate. Maranguape perdeu o seu mais ilustre filho! O Ceará está de luto. E porque não dizer que também o Brasil inteiro está órfão...

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