Deusa Mulher
Mulher! Tens mistério no olhar
Que ilumina as estrelas do céu,
Sedimentando estradas no ar
Para as aves voarem ao léu.
Mulher! Luzes clareiam o teu corpo
Esbelto, altivo como a palmeira
Que se levanta plena ao vento,
E como ave voa fagueira.
Mulher! Tens o fascínio das deusas
Que encantam e habitam o Olimpo
Do paraíso invisível da alma,
Aparece como um sonho infindo.
sexta-feira, 11 de março de 2011
terça-feira, 8 de março de 2011
Expectativas Carnavalescas
Evan Bessa
O carnaval está bem próximo. A energia solta no ar libera um clima de agitação por todos os recantos do país. Alguns estados iniciam um pré-carnaval para esquentar os ânimos dos foliões. A animação segue noite adentro ao som de marchinhas, frevos, axés, sambas e outros ritmos alucinantes. Cada um se prepara para os dias mais esperados durante o ano. Fantasias são selecionadas de acordo com as pretensões do brincante. Afinal, esse período é para colocar pra fora tristezas, chateações e frustrações vivenciadas ao longo do ano. Então, a alegria e uma euforia invadem os corações de todos nos três dias de festa. Os problemas não existem. Trabalho nem pensar... Compromissos só com a folia. Assim, se projeta aproveitar os momentos mais felizes da maior festa pagã.
O país inteiro investe pesado para que o carnaval chegue a todos os recantos do planeta, da melhor forma possível, mostrando escolas de samba, mulatas maravilhosas dançando com charme e elegância, trios elétricos com músicas vibrantes, para que os estrangeiros fiquem motivados a vir assistir de perto o carnaval do Brasil.
Rio de Janeiro, Salvador, Recife são cidades que recebem o maior número de turistas e conseguem contagiar os visitantes de tal forma que, se misturando à multidão, não se distingue quem é realmente o hóspede. Entram no ritmo acelerado e se esbaldam na dança, na bebida, nos amores. Os momentos se desdobram em êxtase e delírios, porque a principal norma é se divertir, podendo até extrapolar limites. Esquece-se dos bons costumes, da ética, da moral que regem o dia-a-dia. Nada de reprimir desejos, se angustiar por qualquer coisa – Tudo está liberado. Nada é proibido!
Após o período de folia, que para alguns se estendem de três a oito dias, retomam a vidinha de sempre. E se cai na real. No entanto, tudo vale à pena quando a alma não é pequena, assim disse um poeta.
E depois, se espera com ansiedade, o próximo ano e outro carnaval.
Evan Bessa
O carnaval está bem próximo. A energia solta no ar libera um clima de agitação por todos os recantos do país. Alguns estados iniciam um pré-carnaval para esquentar os ânimos dos foliões. A animação segue noite adentro ao som de marchinhas, frevos, axés, sambas e outros ritmos alucinantes. Cada um se prepara para os dias mais esperados durante o ano. Fantasias são selecionadas de acordo com as pretensões do brincante. Afinal, esse período é para colocar pra fora tristezas, chateações e frustrações vivenciadas ao longo do ano. Então, a alegria e uma euforia invadem os corações de todos nos três dias de festa. Os problemas não existem. Trabalho nem pensar... Compromissos só com a folia. Assim, se projeta aproveitar os momentos mais felizes da maior festa pagã.
O país inteiro investe pesado para que o carnaval chegue a todos os recantos do planeta, da melhor forma possível, mostrando escolas de samba, mulatas maravilhosas dançando com charme e elegância, trios elétricos com músicas vibrantes, para que os estrangeiros fiquem motivados a vir assistir de perto o carnaval do Brasil.
Rio de Janeiro, Salvador, Recife são cidades que recebem o maior número de turistas e conseguem contagiar os visitantes de tal forma que, se misturando à multidão, não se distingue quem é realmente o hóspede. Entram no ritmo acelerado e se esbaldam na dança, na bebida, nos amores. Os momentos se desdobram em êxtase e delírios, porque a principal norma é se divertir, podendo até extrapolar limites. Esquece-se dos bons costumes, da ética, da moral que regem o dia-a-dia. Nada de reprimir desejos, se angustiar por qualquer coisa – Tudo está liberado. Nada é proibido!
Após o período de folia, que para alguns se estendem de três a oito dias, retomam a vidinha de sempre. E se cai na real. No entanto, tudo vale à pena quando a alma não é pequena, assim disse um poeta.
E depois, se espera com ansiedade, o próximo ano e outro carnaval.
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
A Fragilidade do Ser Humano
Fazia algum tempo que não nos víamos. A dinâmica que a vida nos imprime, os compromissos assumidos, a roda viva do dia-a-dia impossibilitou que nos reaproximássemos. O tempo não espera por ninguém e muito menos quer saber de desculpas ou justificativas. O certo é que a distância nos deixou sem o menor contato.
Ontem, por ocasião de uma missa, reencontrei uma pessoa muito especial. Qual foi a minha surpresa! Havia ali na minha frente, não a criatura que conheci, mas alguém dependente, amparada por duas cuidadoras. Seu estado de saúde demonstrava fragilidade. Olhei um pouco assustada sem querer acreditar no que estava vendo. Imediatamente, minha memória, tal qual um computador, processou um passado não muito distante quando a conheci anos atrás. O paradoxo do antes e do depois parecia uma coisa inaceitável. Aquela moça cheia de vigor, saudável, ativa, inteligente, que gostava de viajar, se divertir, não era a mesma. A colega de faculdade aplicada que se destacava diante da turma pelas notas, trabalhos e discussões em sala de aula, não mais representava aquela figura que guardei na lembrança e que todos nós admirávamos. A educadora competente preocupada em desempenhar bem o seu ofício, pois era vocacionada para o magistério, não era a que eu conheci.
Lecionou por vários anos, concluindo o seu labor na Universidade. Veio de repente em minha mente o que disse Rubem Alves: “Ensinar é um exercício de imortalidade”... Acredito que como mestra ela ficou nos corações de seus milhares de alunos.
Diante de mim havia um ser humano com um olhar distante, sem conseguir ficar de pé sozinha, com dificuldade de reconhecer as pessoas em sua volta. Fiquei perplexa, muda, aflita ao ter que me reapresentar para ela. Ao completar a “apresentação”, ela me fitou e deu um sorriso pálido, triste, inócuo. Parecia não estar conectada com a realidade presente. Mesmo assim, abracei-a com afeto e senti que os seus lábios beijavam a minha face. Emocionada, com os olhos marejados de lágrima, engoli a seco. Senti-me impotente diante de um quadro tão cruel. Desconfiei que ela estivesse sofrendo do mal de Alzheimer, uma vez que conhecia de perto a problemática por ter acompanhado anos de sofrimento meu próprio pai. Mais tarde, pude confirmar a suspeita, depois de falar com seus familiares.
Durante o ato religioso não conseguia me concentrar... O quadro que tinha presenciado me deixou impactada e meus pensamentos em verdadeira turbulência. Foi difícil acompanhar até o final todo o ritual. Meu coração batia mais forte e não conseguia compreender o declínio de uma pessoa com tantos predicados, principalmente, o de saber fazer amigos.
Diz uma lenda chinesa que “amizades verdadeiras são como árvores de raízes profundas: nenhuma tempestade consegue arrancar”. Assim me sinto diante dessa amiga querida, nada vai nos afastar, nem mesmo a doença que a acometeu. Nunca deixarei de admirá-la como um ser humano de valor e de princípios que atravessou meu caminho e, juntas, tivemos a oportunidade de aprender muito uma com a outra.
Fazia algum tempo que não nos víamos. A dinâmica que a vida nos imprime, os compromissos assumidos, a roda viva do dia-a-dia impossibilitou que nos reaproximássemos. O tempo não espera por ninguém e muito menos quer saber de desculpas ou justificativas. O certo é que a distância nos deixou sem o menor contato.
Ontem, por ocasião de uma missa, reencontrei uma pessoa muito especial. Qual foi a minha surpresa! Havia ali na minha frente, não a criatura que conheci, mas alguém dependente, amparada por duas cuidadoras. Seu estado de saúde demonstrava fragilidade. Olhei um pouco assustada sem querer acreditar no que estava vendo. Imediatamente, minha memória, tal qual um computador, processou um passado não muito distante quando a conheci anos atrás. O paradoxo do antes e do depois parecia uma coisa inaceitável. Aquela moça cheia de vigor, saudável, ativa, inteligente, que gostava de viajar, se divertir, não era a mesma. A colega de faculdade aplicada que se destacava diante da turma pelas notas, trabalhos e discussões em sala de aula, não mais representava aquela figura que guardei na lembrança e que todos nós admirávamos. A educadora competente preocupada em desempenhar bem o seu ofício, pois era vocacionada para o magistério, não era a que eu conheci.
Lecionou por vários anos, concluindo o seu labor na Universidade. Veio de repente em minha mente o que disse Rubem Alves: “Ensinar é um exercício de imortalidade”... Acredito que como mestra ela ficou nos corações de seus milhares de alunos.
Diante de mim havia um ser humano com um olhar distante, sem conseguir ficar de pé sozinha, com dificuldade de reconhecer as pessoas em sua volta. Fiquei perplexa, muda, aflita ao ter que me reapresentar para ela. Ao completar a “apresentação”, ela me fitou e deu um sorriso pálido, triste, inócuo. Parecia não estar conectada com a realidade presente. Mesmo assim, abracei-a com afeto e senti que os seus lábios beijavam a minha face. Emocionada, com os olhos marejados de lágrima, engoli a seco. Senti-me impotente diante de um quadro tão cruel. Desconfiei que ela estivesse sofrendo do mal de Alzheimer, uma vez que conhecia de perto a problemática por ter acompanhado anos de sofrimento meu próprio pai. Mais tarde, pude confirmar a suspeita, depois de falar com seus familiares.
Durante o ato religioso não conseguia me concentrar... O quadro que tinha presenciado me deixou impactada e meus pensamentos em verdadeira turbulência. Foi difícil acompanhar até o final todo o ritual. Meu coração batia mais forte e não conseguia compreender o declínio de uma pessoa com tantos predicados, principalmente, o de saber fazer amigos.
Diz uma lenda chinesa que “amizades verdadeiras são como árvores de raízes profundas: nenhuma tempestade consegue arrancar”. Assim me sinto diante dessa amiga querida, nada vai nos afastar, nem mesmo a doença que a acometeu. Nunca deixarei de admirá-la como um ser humano de valor e de princípios que atravessou meu caminho e, juntas, tivemos a oportunidade de aprender muito uma com a outra.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
sábado, 15 de janeiro de 2011
BAÚ DA MEMÓRIA
Evan Bessa
Revisitar sonhos do passado
Retirar do baú da memória
As ilusões perdidas no tempo,
É rever a vida e sua história.
As folhas amarelas caídas
No passado não floresceram,
O vento mudou de direção
E os sonhos, logo, feneceram.
Mas, a esperança persiste
Procurando os sonhos desfeitos,
Na certeza de que no mar da vida
Ondas e sonhos podem ser refeitos.
Evan Bessa
Revisitar sonhos do passado
Retirar do baú da memória
As ilusões perdidas no tempo,
É rever a vida e sua história.
As folhas amarelas caídas
No passado não floresceram,
O vento mudou de direção
E os sonhos, logo, feneceram.
Mas, a esperança persiste
Procurando os sonhos desfeitos,
Na certeza de que no mar da vida
Ondas e sonhos podem ser refeitos.
MENINO-DEUS
MENINO-DEUS
Menino-Deus chegou: é Natal!
Simples e sereno na manjedoura,
Trazendo a esperança e o amor
Para todos os viventes.
Um aroma traz lembranças
De desejos reprimidos,
E a fé de vê-los redimidos
No ano que vai nascer.
A mudança no calendário
Dá a certeza de renascimento.
A troca do velho pelo novo
A mudança, a transformação.
Menino-Deus chegou: é Natal!
Simples e sereno na manjedoura,
Trazendo a esperança e o amor
Para todos os viventes.
Um aroma traz lembranças
De desejos reprimidos,
E a fé de vê-los redimidos
No ano que vai nascer.
A mudança no calendário
Dá a certeza de renascimento.
A troca do velho pelo novo
A mudança, a transformação.
A FORÇA DA SOLIDARIEDADE
O ano iniciou há poucos dias e já observamos que para muitos dos nossos irmãos do Rio de Janeiro a esperança de dias melhores se transformou em desespero. Os últimos acontecimentos têm nos deixado em estado de pânico, mesmo longe de tanta tragédia. A mídia tem nos mostrado um cenário desolador nas cidades de Friburgo, Petrópolis e Teresópolis. O caos foi estabelecido.
A tragédia provocada pela chuva trouxe mortes, destruição, abandono, angústia e a perda da dignidade humana. É penoso e doloroso acompanhar a dor e o sofrimento estampados nos rostos sem viço, traumatizados e sem perspectivas para retomar uma vida em família. Sim, porque muitos perderam casas, móveis, documentos e entes queridos, na avalanche da água, descendo insistente dos morros, com a força que a natureza devolve ao homem devastador do meio ambiente.
O povo brasileiro num momento desses mostra a dimensão de sua solidariedade. Em vários pontos do país há uma mobilização permanente no sentido de angariar fundos, através de doações em dinheiro, mantimentos, roupas, remédios, para o socorro imediato dos envolvidos na tragédia. Profissionais da saúde se articulam e se juntam em hospitais de campanha, improvisados, para tentar salvar vidas. Um mutirão se forma em todas as frentes para ajudar e tentar minimizar os problemas e, em conjunto, solucionar pequenas e grandes adversidades.
O ser humano é um misto de virtudes e defeitos. Somos imperfeitos, mas a índole do nosso povo conhece a compaixão, o amor e a fraternidade. Nos momentos difíceis que a vida nos apronta parte imediatamente para uma ação efetiva de solidariedade, porque, no fundo, somos capazes de nos superar e enfrentar os desafios juntos com os irmãos que estão vivenciando um drama tão assustador.
E o amor perpassa o consciente e o inconsciente coletivo do povo desse país.
Maria Evan Gomes Bessa
evanbessa@terra.com.br
( Pedagoga )
O ano iniciou há poucos dias e já observamos que para muitos dos nossos irmãos do Rio de Janeiro a esperança de dias melhores se transformou em desespero. Os últimos acontecimentos têm nos deixado em estado de pânico, mesmo longe de tanta tragédia. A mídia tem nos mostrado um cenário desolador nas cidades de Friburgo, Petrópolis e Teresópolis. O caos foi estabelecido.
A tragédia provocada pela chuva trouxe mortes, destruição, abandono, angústia e a perda da dignidade humana. É penoso e doloroso acompanhar a dor e o sofrimento estampados nos rostos sem viço, traumatizados e sem perspectivas para retomar uma vida em família. Sim, porque muitos perderam casas, móveis, documentos e entes queridos, na avalanche da água, descendo insistente dos morros, com a força que a natureza devolve ao homem devastador do meio ambiente.
O povo brasileiro num momento desses mostra a dimensão de sua solidariedade. Em vários pontos do país há uma mobilização permanente no sentido de angariar fundos, através de doações em dinheiro, mantimentos, roupas, remédios, para o socorro imediato dos envolvidos na tragédia. Profissionais da saúde se articulam e se juntam em hospitais de campanha, improvisados, para tentar salvar vidas. Um mutirão se forma em todas as frentes para ajudar e tentar minimizar os problemas e, em conjunto, solucionar pequenas e grandes adversidades.
O ser humano é um misto de virtudes e defeitos. Somos imperfeitos, mas a índole do nosso povo conhece a compaixão, o amor e a fraternidade. Nos momentos difíceis que a vida nos apronta parte imediatamente para uma ação efetiva de solidariedade, porque, no fundo, somos capazes de nos superar e enfrentar os desafios juntos com os irmãos que estão vivenciando um drama tão assustador.
E o amor perpassa o consciente e o inconsciente coletivo do povo desse país.
Maria Evan Gomes Bessa
evanbessa@terra.com.br
( Pedagoga )
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