quarta-feira, 9 de junho de 2010

O PÁSSARO DO MEU JARDIM

Ele chega logo cedo, todas as manhãs e entoa seu canto com maestria. Gira no ar e pousa nos galhos espalhados pelo jardim. Pára por alguns minutos, observa ao seu redor e retoma aquele canto melodioso que entra pelos ouvidos qual uma sonata. Antes de deixar o local, desce para tomar água no espelho da piscina e se regozija com um banho apressado, bate asas e foge.
Do gabinete, sentada ao computador, acompanho através do vidro da janela à minha frente o exercício cotidiano do pássaro que vem e vai num ritmo contínuo colorir a paisagem quase estática. De cor amarela, com papo saliente, cabeça com plumagem dourada, demonstra no seu porte ousadia e liberdade para viver. Não tem amarras e voa para onde lhe convém. Sem medos, censuras e angústias.
Ser livre é o seu destino...
Por minutos passo a refletir sobre a vida dessas pequenas aves. Como seria interessante se tivéssemos o privilégio de voar concretamente como os pássaros! Porque voar através da imaginação é fácil. Viajar quilômetros, milhas e chegar a um destino desejado ou predeterminado se consegue com certa facilidade. Na realidade, só o pensamento percorre toda essa trajetória, enquanto nos perdemos em devaneios.
O homem tem essa capacidade de criar, imaginar e, em segundos, realizar os mais recônditos sonhos. Somos seres racionais com liberdade para fazer escolhas, construir o nosso destino. No entanto, essa liberdade para voar, na verdadeira acepção da palavra, horizontes nunca vistos antes, por puro prazer, instintivamente, somente elas – as aves.

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