Inversão de Valores: Amor X Consumismo
Evan Bessa
Escrever algo original sobre o Dia das Mães, sem cair nos mesmos clichês, ou chegar às vias da pieguice, parece um trabalho difícil, isso porque, ano a ano, se retoma o tema, e, sem se dar conta, comete-se os mesmos erros, ou seja, repete-se o velho.
Qual a singularidade que esta data impõe à sociedade? Nenhuma. Ao contrário, motiva e revitaliza o consumismo exacerbado que, nessa época, é visto como prova de amor e de carinho da família pela matriarca. O comércio e a indústria se mobilizam para oferecer mirabolantes promoções a fim de agradar e satisfazer os mais exigentes gostos. Quanto mais caro o presente, melhor, pois os códigos que sinalizam a sociedade de consumo aferem a escala de medição de acordo com os ditames mercantilistas.
Onde se encontra o significado e todo o simbolismo que a data representa? Qual a reflexão que se faz do valor e da verdadeira expressão da pessoa que se homenageia? Quais os valores que pesam na balança das famílias no mundo moderno? São questões que são levantadas e para as quais não se encontram respostas, pois nada disso tem realmente relevância diante dos apelos do cotidiano.
A função social que uma mãe desempenha na família é de suma importância. O seu papel como mulher, elo entre marido e filhos que se constrói e se desconstrói, diariamente, pela sua capacidade de amar e de administrar a casa, os conflitos que surgem e, ao mesmo tempo, sua habilidade para compor e recompor os afetos as emoções desgastadas no círculo familiar, não é tarefa fácil.
Essa mulher multifacetada tem consciência de que um dia só em sua homenagem não representa a realidade pontual e concreta que deve ser atribuída às suas funções, como mãe e mulher, as quais envolvem toda uma complexidade também difícil de se entender pela sua verdadeira dimensão diante do mundo.
sábado, 8 de maio de 2010
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