terça-feira, 14 de outubro de 2014

PRANTO No azul dos teus olhos cristalinos Um mar se derramou de pranto Em dores feitos novelo em desalinho Desmanchando-se como por encanto. Os sonhos perdidos em pleno verão Guardados em colchas de cetim, Ficaram sonolentos em mansidão A espera de desejos sem fim. O tempo passou acelerado E não percebeste o tesouro Deixado num refúgio abandonado. Hoje, choras como uma ave de agouro.
A VIDA É BREVE Evan Bessa A vida é breve! E como o sopro do vento ela se esvai de repente, sem que esperemos. Desde ontem estou perplexa diante do trágico desastre ocorrido com Eduardo Campos e seus colaboradores. No dia anterior, pleno de idéias inovadoras e entusiasmo falava ao Jornal Nacional. Refletia sobre a situação que o país atravessava, porém sem perder a esperança, previa dias melhores para a nação brasileira. Infelizmente o destino o traiu! A ordem lógica da natureza se inverteu. Um homem ainda jovem com seus assistentes desaparece em pleno ar no último vôo de sua vida. A mídia se encarregou de transmitir a notícia nos mais diversos veículos de comunicação. O Brasil inteiro chorou diante da tragédia. Ninguém poderia imaginar que a retirada do candidato a Presidência da República fosse tão nefasta. A população estarrecida ficou sem entender a morte prematura de um cidadão que tinha planos e projetos viáveis para mudar o país. A ênfase da notícia nos meios de comunicação se dava na pessoa do político em face do contexto eleitoral do momento. Na realidade, vidas foram ceifadas e como velas acesas foram apagadas abruptamente. Compreender os mistérios da existência humana, não é para nós, mortais. Deus age na sua infinita sabedoria e onipotência nos acontecimentos sem que possamos interferir, pois seus planos não estão ao nosso alcance. O tempo Dele é outro e não somos capazes de imaginar tais desígnios. O fato ganhou a imprensa dos mais diversos países. Em primeira página a manchete estampava em letras garrafais o acidente ocorrido na última quarta-feira. Tornou-se verdadeira comoção e atravessou oceanos. As famílias nesse instante de dor não conseguem aceitar a perda dos entes queridos. Houve uma ruptura, a qual partiu o coração de todos. Esgarçaram os sentimentos mais nobres, os laços afetivos e agora só resta juntar pedaços de lembranças e tatuá-los na memória para sempre. Eduardo Campos, o candidato a Presidência da República, partiu deixando muitos dos brasileiros frustrados, por não ter mais uma opção para colocar seu voto na urna. Por coincidência, no mesmo dia em que faleceu seu avô Miguel Arraes, figura respeitada pela credibilidade, como político, em Pernambuco. O povo, em geral, encontra-se desiludido e sem interesse pela política, visto os inúmeros escândalos, a corrupção que corre solta entre as instituições públicas, causando vergonha ao cidadão comum. Mesmo o partido substituindo o candidato por outro que deverá se comprometer com o programa estabelecido pelo anterior, não será a mesma coisa. A esperança deu lugar a tristeza e a falta de perspectiva para seus eleitores. E os que o assessoravam perderam a vida apostando nas mudanças de seu aliado. A reflexão que se pode retirar desse fato é que o futuro é imprevisível e não temos controle sobre os planos, projetos e, principalmente, pela vida. Ela é passageira e pode acabar a qualquer momento.