sábado, 14 de julho de 2012

A ARTE DO ENTRETENIMENTO

O cinema sempre foi e será uma opção de lazer para os aficionados. Das últimas películas que concorreram ao “OSCAR” tive a oportunidade de assistir algumas delas. Não entendo do “metier”, mas, como divertimento, curto bastante. Passar o tempo me deliciando com a sétima arte é realmente um grande entretenimento.
O filme “O Artista” obteve cinco estatuetas na festa de premiação do OSCAR nos Estados Unidos. Dentre elas: Melhor filme, melhor diretor e melhor ator. Além de arrebatar três Globos de Ouro. Quem o dirige é o francês Michel Hazanavicius que, com coragem, vai a Hollywood concorrer com inúmeros diretores radicados no país, bem como outros tantos de várias partes do mundo.
O mais interessante é que ele se arrisca com um filme em preto e branco, voltando aos anos vinte com o filme mudo. Destaca o ator que faz o personagem “George Valentin” de grande prestígio do cinema mudo que, após perder a fama com a chegada do cinema falado, passa a viver no esquecimento. Resistente às mudanças fica distante por longo tempo das filmagens e da interpretação de novos personagens. Por outro lado, sua amiga Peppy Miller percorre o caminho inverso feito por seu colega. É reconhecida como atriz renomada por trabalhar exatamente com filmes modernos - falados. Valentin só tem um amigo de verdade que é seu cão da raça “Terrier”. Por sinal, se torna um personagem relevante, junto ao dono, sendo fundamental sua participação no decorrer da película.
O filme não é cansativo. Apesar de inovar utilizando o “velho” consegue prender a atenção do público. A leveza de interpretação dos atores e a forma como são dirigidos nas cenas dão um efeito especial aos diálogos e à representação de cada um deles.
Logo de início, causa um impacto no espectador, pois o filme surpreende pela estética, técnica, luz, cenários, uma vez que se volta a um passado remoto. Ao mesmo tempo, instiga a curiosidade para os episódios que estão por vir. Prende a atenção de quem está assistindo para observar até aonde vai a criatividade do diretor.
Para quem gosta de cinema, é um filme atraente, motivador e que faz pensar nas transformações e mudanças ocorridas ao longo dos anos na indústria cinematográfica.
O AROMA DA NOITE

A noite chegou mais cedo e trouxe com ela o perfume das flores do jardim. O aroma tomou conta do espaço onde me encontrava lendo um livro interessante. Olhei pela janela e depois para o céu e pude observar as primeiras estrelas iluminando a noite. O brilho incandescente ofuscava meu olhar, deixando-me quase cega. Parei de ler a fim de admirar aquele começo de noite que prometia resgatar lembranças.
Num primeiro momento, revi os tempos de outrora e fatos passados. Coloquei na balança e pude aquilatar o peso que até hoje trazem à minha vida. Esse acúmulo de vivências resultou em desdobramentos outros que me deram experiências e amadurecimento para dirigir o carro do meu destino.
Hoje, vejo nitidamente o quanto aprendi. Tentei reelaborar questões que ficaram sem respostas, equações não resolvidas que permaneceram no meio do caminho e, agora, passaram a ter relevância. Tudo serviu como aprendizagem e ensinamento ajudando-me a trilhar neste corredor da existência dia após dia.
Nessa travessia que percorremos desde o nascimento há de se ter instantes de instabilidade emocional em certos momentos. Isso se verifica pela correria da vida e os inúmeros compromissos que acabamos assumindo. A tensão se encarrega de travar determinadas atitudes que se deveria tomar e nada acontece.
Continuo absorvendo o perfume que vem na minha direção, enquanto meus pensamentos borbulham como água quente e a cabeça esquenta aumentando a temperatura. Eles percorrem milhas e milhas, anos e anos, e me deparo com um mapa traçado de andanças, caminhadas em terreno ora cheios de pedras, ora em pistas asfaltadas sem curvas - só retas, que me fizeram deslizar por ruas e becos conhecidos ou desconhecidos.
A noite se aprofunda e a escuridão vai tomando conta das horas. Vejo o céu bordado de estrelas que passeiam nas avenidas do firmamento. Transformo esta noite, viro-me no avesso do avesso, como diz a música do Caetano Veloso, para dormir com o perfume das rosas e sonhar com o céu estrelado da minha vida.

sábado, 7 de julho de 2012

O SABOR DE VIVER


Nada mais estimulante ao paladar que ouvir uma bela música, quando se está ao redor da mesa, fazendo uma refeição. O prazer de degustar cada prato acompanhado de uma taça de vinho completa a doce aventura de satisfazer qualquer pessoa mais exigente. A conversa corre mais solta, os diálogos passam a ter nuances de cores e de sabores. Os sentidos ficam mais aguçados e a emoção flui com espontaneidade.
Hoje, almoçamos ao som do pianista Felipe Adjafre. Exímio músico de rara sensibilidade e habilidade excepcional no manejo do instrumento. Consegue atrair o ouvinte e transmitir, através dos sons, o verdadeiro encantamento. O repertório é de imensa qualidade. O bom gosto musical do artista induz você a parar e passar um bom tempo se deliciando da boa música.
Alguns teóricos defendem que a música faz muito bem ao ser humano. É considerada terapia para acalmar, relaxar, educar a audição, dentre outras. Além disso, ela pode lhe transportar para lugares inimagináveis. A sedução que ela exerce alcança o coração e a alma de quem escuta uma melodia. A música não tem fronteiras. Agrega, aglutina e reúne povos de culturas diversas. Como o esporte, congrega pessoas de todas as idades, credos e raças para o exercício do movimento. Seja ele qual for desperta em cada um, ânimo e alegria, põe adrenalina na corrente sanguínea e provoca efeitos variados no organismo. O mesmo ocorre ao se assistir uma peça teatral, ler um romance ou um poema.
A vida seria mais pobre se não existissem as artes. A música, a literatura, o teatro, a dança dão colorido ao cotidiano. Proporcionam a leveza, a estética, a compreensão de determinados problemas existenciais, os quais, muitas vezes, não sabemos resolvê-los. Desperta a sensibilidade do olhar para que se enxergue o que está no íntimo e diante de nós. Enfim, nos leva a reflexão acerca das dores e amores, bem como de tantos outros fatos com os quais nos defrontamos diariamente.
Claro que nem todo o dia se pode sentar à mesa para jogar conversa fora, alimentar o pecado da gula e cultuar Baco – deus do vinho, mas que de vez em quando é necessário, ah! Isso é!!! O estresse da vida moderna requer que se tenham momentos descontraídos, para que possamos rir da vida e de nós mesmos. Só desse jeito tornamos o fardo mais leve e a vida passa a ter melhor sabor.