segunda-feira, 28 de junho de 2010

O ESPORTE UNE POVOS E NAÇÕES


Evan Bessa



O mês de junho tem sido mais animado que de costume. Além das manifestações alusivas a Santo Antônio, São João e São Pedro, quando os estados nordestinos promovem suas festas e alegorias específicas, o ano de 2010 vem nos proporcionando a Copa do Mundo. Tempo de grande euforia e ansiedade para os cento e noventa milhões de brasileiros. Cada jogo do Brasil provoca no seu povo, tensão, emoção exarcebada e alegria, até o grito do primeiro gol. Ninguém consegue se concentrar no trabalho ou em outra atividade qualquer nos dias de jogo do Brasil. Copa do Mundo só acontece de quatro em quatro anos, por isso não se pode perder nenhum lance.

A população inteira, de norte a sul, de leste a oeste fica mobilizada para acompanhar os resultados das partidas, a fim de se posicionar diante da seleção do país. Cada torcedor é um técnico e tem um discurso prático para escalar melhor a seleção, e, consequentemente, obter vitórias sucessivas. E haja críticas ao técnico, aos jogadores, enfim à equipe responsável pela preparação física, médica, psicológica...

O esporte tem essa capacidade de unir nações, povos, culturas, mesmo as que divergem entre si por problemas políticos, econômicos, culturais, dentre outros, se alinham na mesma direção durante o período da Copa do Mundo. A linguagem passa a ser a mesma. Sentimentos compartilhados na hora da aflição, do desespero ou nos momentos de regozijo. A língua deixa de ser o maior entrave no relacionamento entre torcedores, porque as reações decifram os códigos e todos terminam se entendendo. As relações interpessoais fluem de forma mais simples possível, porque o objetivo de todos é a vitória dos times e o título tão almejado no final do certame.

Quem levantará o caneco; ou melhor a taça? Brasileiros, Argentinos, Alemães, Holandeses, ou outro país? Ninguém pode adivinhar! A única solução é esperar o último jogo, para conhecer aquela que receberá o título de Campeã do Mundo.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

SORTE

Evan Bessa

Um dia, a sorte chegou,
Iluminou minha vida.
Tirei partido do instante
E criei ânimo pra lida.



O sol clareou os caminhos,
O vento soprou a favor.
E o destino deu uma ajuda
Para encontrar um amor.



A vida ficou mais plena,
A alegria logo voltou.
E passei a acreditar
No bem que ela me causou.
O PÁSSARO DO MEU JARDIM

Ele chega logo cedo, todas as manhãs e entoa seu canto com maestria. Gira no ar e pousa nos galhos espalhados pelo jardim. Pára por alguns minutos, observa ao seu redor e retoma aquele canto melodioso que entra pelos ouvidos qual uma sonata. Antes de deixar o local, desce para tomar água no espelho da piscina e se regozija com um banho apressado, bate asas e foge.
Do gabinete, sentada ao computador, acompanho através do vidro da janela à minha frente o exercício cotidiano do pássaro que vem e vai num ritmo contínuo colorir a paisagem quase estática. De cor amarela, com papo saliente, cabeça com plumagem dourada, demonstra no seu porte ousadia e liberdade para viver. Não tem amarras e voa para onde lhe convém. Sem medos, censuras e angústias.
Ser livre é o seu destino...
Por minutos passo a refletir sobre a vida dessas pequenas aves. Como seria interessante se tivéssemos o privilégio de voar concretamente como os pássaros! Porque voar através da imaginação é fácil. Viajar quilômetros, milhas e chegar a um destino desejado ou predeterminado se consegue com certa facilidade. Na realidade, só o pensamento percorre toda essa trajetória, enquanto nos perdemos em devaneios.
O homem tem essa capacidade de criar, imaginar e, em segundos, realizar os mais recônditos sonhos. Somos seres racionais com liberdade para fazer escolhas, construir o nosso destino. No entanto, essa liberdade para voar, na verdadeira acepção da palavra, horizontes nunca vistos antes, por puro prazer, instintivamente, somente elas – as aves.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

NAVE DO ESQUECIMENTO

NAVE DO ESQUECIMENTO

Evan Bessa

Renova-me a esperança de amar
Porque o coração anda abatido
Preso aos grilhões, sufocado
Na dor, a gemer o amor perdido.

Meus olhos são estrelas sem luz
Cegos perdidos na escuridão.
O corpo enfraquecido sem vigor,
Não avista ao longe a multidão.

Fico invisível frente ao mundo
Só me resta um viver tristonho
Viajar na nave do esquecimento,
E ficar grávida de outros sonhos.